Nesse ano encerrei um importante ciclo da minha vida.
Cheguei ao final do ensino médio. Não é uma fase muito fácil, pois é um grande
marco da passagem da adolescência para a vida adulta. Nos deparamos em frente a
diversos dilemas, como o que fazer agora, e transbordamos incertezas. Se antes
não importava o que acontecesse sempre tínhamos a certeza de voltar a escola no
próximo ano, agora não temos essa constante mais em nossas vidas. Mas não é
sobre o que virá que me faz escrever esse texto, mas sobre o que passou.
Uma pergunta que me fiz em diversos momentos nesses três
anos, foi qual era exatamente o papel do ensino médio. Até cheguei a conversar
com alguns professores sobre isso, diretamente ou indiretamente em debates
sobre outros assuntos que me remeteram a isso. Um exemplo é em um determinado
momento, eu me recusava a apresentar seminários. Não entendia o proposito de estudar
um tema, preparar algo legal, e ficar lá na frente falando enquanto todos
ouviam quietos (sem prestar atenção nenhuma). Queria que o professor me
avaliasse de uma forma mais objetiva, eu não passaria em uma faculdade “perdendo
tempo” preparando um seminário.
Foi então que me deparei com belos argumentos de uma das melhores professoras que já tive. Primeiro, que um seminário não era para ser um grupo falando e o resto fingindo prestar atenção. Deveriam ser ideias disseminadas que levassem a um debate, mesmo sendo dificílimo, esse era o objetivo. E além disso, na escola que eu estava, não seria treinada como “um robô” para passar no vestibular, não teria uma educação conteudista e de decorar formulas. Estava ali para desenvolver habilidades e competências.