A Educação - O papel do Ensino Médio

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012




Nesse ano encerrei um importante ciclo da minha vida. Cheguei ao final do ensino médio. Não é uma fase muito fácil, pois é um grande marco da passagem da adolescência para a vida adulta. Nos deparamos em frente a diversos dilemas, como o que fazer agora, e transbordamos incertezas. Se antes não importava o que acontecesse sempre tínhamos a certeza de voltar a escola no próximo ano, agora não temos essa constante mais em nossas vidas. Mas não é sobre o que virá que me faz escrever esse texto, mas sobre o que passou.

Uma pergunta que me fiz em diversos momentos nesses três anos, foi qual era exatamente o papel do ensino médio. Até cheguei a conversar com alguns professores sobre isso, diretamente ou indiretamente em debates sobre outros assuntos que me remeteram a isso. Um exemplo é em um determinado momento, eu me recusava a apresentar seminários. Não entendia o proposito de estudar um tema, preparar algo legal, e ficar lá na frente falando enquanto todos ouviam quietos (sem prestar atenção nenhuma). Queria que o professor me avaliasse de uma forma mais objetiva, eu não passaria em uma faculdade “perdendo tempo” preparando um seminário.

Foi então que me deparei com belos argumentos de uma das melhores professoras que já tive. Primeiro, que um seminário não era para ser um grupo falando e o resto fingindo prestar atenção. Deveriam ser ideias disseminadas que levassem a um debate, mesmo sendo dificílimo, esse era o objetivo. E além disso, na escola que eu estava, não seria treinada como “um robô” para passar no vestibular, não teria uma educação conteudista e de decorar formulas. Estava ali para desenvolver habilidades e competências.





Com essa explicação, cheguei a duas perguntas como conclusão: Qual o papel do ensino médio? Preparar o aluno para passar em um vestibular ou preparar um jovem para enfrentar um mundo cheio de incertezas? Não deveriam ser coisas distintas. Para entrar em uma boa instituição de ensino superior não se deveria avaliar o aluno com uma única prova, mas como um todo. Pois assim o ensino médio teria um papel definido: prepararia o jovem para a jornada que viria a seguir, o fazendo se preocupar não em decorar formulas, mais sim em aprender e se desenvolver naqueles três anos de diversas formas distintas. Apresentar uma peça na escola ou assistir um filme não seria “perda de tempo” e sim complemento.

Em escolas ditas de “ensino de qualidade”, que conseguem os primeiros lugares em olimpíadas e em vestibulares, na maioria das vezes encontramos o ensino médio conteudista, que viva preparar mais o aluno para provas objetivas. Na escola que eu estudei tinham essa preocupação também, mas era segundo plano. A maior preocupação era nos preparar para vida, fazer-nos desenvolver as tão faladas habilidades e competências. E para mim, esse é o verdadeiro papel do ensino médio. Não me formou apenas no quesito educacional. Me formou para vida. Isso sim é ensino de qualidade. 

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