A Cidade e as Serras - Uma grata Surpresa

domingo, 21 de agosto de 2011




Eu iria ler esse livro porque meu professor de Português pediu e passou trabalho sobre ele. Ele já tinha feito isso com outros livros como ‘Vidas Secas’ e ‘Capitães de Areia’, que eu acabei não lendo. Mas ao ver a do que se 
tratava esse livro, me empolguei para lê-lo. E valeu muito a pena! 

O livro conta de uma forma inteligente como Jacinto, um homem rico e que conta com todas regalias da época em sua mansão na cidade, só consegue se realizar e achar a verdadeira felicidade no campo. Longe do que ele chama de ‘civilização’. Algo simples, mas o modo que é mostrado no livro, torna tudo interessantíssimo.

Jacinto se sente entediado na cidade. Mesmo sendo rico e tendo tudo do bom e do melhor, falta-lhe algo para fazer, algo que o faça ficar empolgado, que o faça sentir vivo. Um dos meus pontos preferidos do livro é quando eles sobem em uma construção de igreja, que fica em um ponto alto, e começam a ver Paris por cima, e começam a notar como a cidade é feia, cinza e monótona de cima. E usam uma comparação mais do que inteligente. Dizem que se eles vêem a cidade assim de cima e a acham feia, imagine Deus, que vê mais de cima ainda e não consegue ver beleza naquelas construções do homem. Ora, porque a natureza é linda de todos os ângulos, e os homens não foram capaz de transmitir essa beleza para suas construções. Uma frase que Zé Fernandes fala criticando a civilização é "O que a cidade mais deteriora no homem é a inteligência, porque ou lhe arregimenta dentro da banalidade ou lhe empurra para extravagância". E é totalmente verdade. Muitas vezes as pessoas presas na rotina, ou acabam fazendo apenas coisas banais, se perdendo na ignorância, ou acabam extravagando em algo, como era o caso do Jacinto, que procurava um conforto além do normal, esperando encontrar 
a felicidade a partir daquilo. 





E depois disso Jacinto vai para serra e tudo mais, e acaba se realizando por lá. E ai vem meu outro ponto preferido do livro: Quando José Fernandes retorna a Paris depois de muitos anos. E todas pessoas, que ele já conhecia, continuam presas na mesma rotina, com as mesmas ambições... ou seja, continuam presas nas próprias vidas, em um circulo vicioso de mesmice! Enquanto Jacinto mudou e se realizou, as outras pessoas continuaram sufocadas em suas tediosas vidas. 

Por isso que gostei tanto do livro. Acho que todos deveriam tomar como lição de vida. Talvez não precise fazer uma mudança brusca no lugar aonde se vive, como uma mudança de cidade para o campo. Mas sim, que todos nós devemos procurar um modo de nos realizarmos, algo que gostamos e que vá acrescentar algo na nossa vida. Se não vamos entrar no circulo do tédio, nunca sairemos e nunca poderemos sentir o prazer de sermos completamente realizados. 


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